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TELEGRAMA SINDICAL 199
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Ano V Número 199 Juiz de Fora, 16 de dezembro de 2009. Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata.
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Crise no SUS de Juiz de Fora.
Santa Casa: Sindicato age em defesa do Corpo Clínico.
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Médicos não podem ser penalizados por má gestão da Saúde – maus gestores devem ser denunciados à opinião pública e responder por seus atos perante a Justiça.
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A assessoria jurídica do Sindicato dos Médicos está preparando, em regime de urgência, medida judicial para salvaguardar a integridade moral dos médicos da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, prejudicados pela carência de especialistas que atendam certas especialidades no âmbito do SUS, como neurocirurgia e cirurgia de mão, dentre outras. A questão, conhecida de todos, tem como componente importante a má remuneração do médico pelo serviço público e se estende aos valores deploráveis com que são remunerados procedimentos médicos realizados pelo SUS. Agrava o problema a má gestão. Médicos e pacientes são as vítimas dessa situação, agravada por erros e problemas na gestão pública da saúde.
Os plantonistas da Santa Casa, que atendem na urgência, se viram colocados em situação de risco ao atender casos de pacientes de especialidades que têm quadros incompletos ou não têm especialistas. Os médicos são frequentemente sujeitos ao assédio moral. O trabalho médico é vítima de uma terrível dissimetria, que causa danos à saúde do profissional e o expõe constantemente a riscos e incompreensões de todo tipo. Por um lado enfrenta-se uma responsabilidade peculiar e terrível. O nível de exigência é crescente e isso é compatível com a própria natureza do trabalho médico. Se esse prato da balança é pesado, o outro é muito leve, em especial no serviço público. A remuneração e as condições de trabalho oferecidas são, em geral, precaríssimas e até vergonhosas. Os que cobram aos doutores uma eficiência extraordinária, são os mesmos que se esquecem de problemas de má gestão, de questões de salário e carreira aplicadas aos médicos e das condições de trabalho. Cria-se assim essa assimetria covarde e insustentável, que compromete o funcionamento do SUS, suas promessas, seus sonhos, seus deveres e seus direitos.
Um outro lado desse mesmo problema é o grande represamento do atendimento a cirurgias eletivas pelo SUS. Ele se deve, na maior parte dos casos, a problemas de má-gestão. Isso envolve regulação deficiente, pactuação insuficiente ou inadequada, planejamento deficiente e outros desarranjos que fazem questionar a competência daqueles eleitos para ocupar cargos públicos e dos que eles nomeiam para gerir os assuntos da saúde.
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